Crescendo no Rio, frequentes visitas ao Museu Nacional e minha vivência de mergulhos e pesca submarina com meu pai despertaram em mim uma fascinação pelo mundo natural, especialmente pela vida aquática. Encontrar fósseis marinhos foi o passo final que me levou a seguir uma carreira em história natural. Decidi unir minhas duas paixões: peixes e criaturas extintas. Assim, tornei-me ictiólogo e paleontólogo. Ao combinar técnicas imageamento avançadas aplicadas tanto a táxons fósseis quanto a espécies viventes, sou capaz de compreender a variação na forma de diferentes componentes do corpo dos peixes. Durante o doutorado, mergulhei fundo no estudo de preservações excepcionais de tecidos moles, especialmente tecidos neurais, em fósseis de peixes paleozoicos. Isso me fez perceber uma lacuna em nossa compreensão da diversidade neuroanatômica nos peixes actinopterígios atuais, que são, sem dúvida, a linhagem de vertebrados mais bem-sucedida nos ecossistemas modernos. Atualmente, meu plano de carreira é mergulhar ainda mais fundo nos fatores que impulsionam a diversificação neuroanatômica e a coevolução de diferentes módulos do crânio dos peixes.